História
No começo da II Guerra Mundial, em 1º de setembro de 1939, o Brasil manteve uma posição muito controversa, com uma pretensa neutralidade, já que apoiou diretamente nenhuma das grandes potências envolvidas. Quase no final do conflito, em 1942, em razão de uma série de ataques aos navios mercantes brasileiros em nosso litoral, o Brasil reconheceu o estado de guerra com os países do Eixo e enviou a Força Expedicionária Brasileira (FEB) à Europa, para colaborar na causa dos países aliados. O transporte do primeiro escalão da FEB com destino a Nápoles, Itália, ocorreu em 2 de julho de 1944.
A FEB foi incorporada ao V Exército aliado dos Estados Unidos da América e entrou em combate em 15 de setembro de 1944, participando de várias batalhas no vale do rio Pó, na Itália, ocupada pelos alemães nazistas. As mais importantes foram a tomada de Monte Castelo, a conquista de Montese e a Batalha de Colleccio. As tropas brasileiras perderam, durante essa campanha, 430 praças e 13 oficiais, além de oito oficiais da Força Aérea Brasileira (FAB).
Eles são chamados de “oponentes honrados” visto que, quando renderam a Divisão Monterosa, em abril de 1945, prestaram honras militares aos soldados italianos que marcharam em direção ao cativeiro, ao impedirem que fossem sumariamente fuzilados por guerrilheiros. Existem menções ao bom tratamento dispensado pelos brasileiros aos inimigos capturados, em alguns livros publicados, na Itália, por antigos adversários da FEB.
Com o final da guerra, em 6 de junho de 1945, o Ministério da Guerra do Brasil ordenou que as unidades da FEB se subordinassem ao comandante da 1ª Primeira Região Militar (1ª RM) sediada na cidade do Rio de Janeiro, o que significava a dissolução desse contingente.
Os antigos adversários ainda julgam que os expedicionários da FEB combateram na Itália para defender interesses americanos, sem desmerecerem, contudo, sua capacidade. A tenacidade dos pracinhas é elogiada até hoje.
Depois da recepção apoteótica, com a chegada dos combatentes da Itália ao Brasil após a II Guerra Mundial, em 16 de julho de 1945,o governo não proporcionou nenhuma ajuda àqueles que tanto fizeram para a história do país. As reclamações e reivindicações feitas ao Governo Federal e ao Ministério do Exército, pouco adiantaram para um futuro digno dos ex-combatentes, já que eles eram considerados aptos em 100% quando foram para a guerra. O aspecto físico estava perfeito e o psicológico também, havendo uma inspeção médica, mensalmente, nos alojamentos.
Com o final do conflito “tudo piorou”. O pouco dinheiro que receberam na chegada ao Brasil acabou rápido. Ainda jovens e neuróticos com todo o acontecido, não tiveram direito a nenhum tipo de assistência social ou médica. No mercado de trabalho eram rejeitados, sendo acusados de loucos e não aptos para conviver em sociedade.
Homenagens e situação
As cinzas dos corpos dos soldados brasileiros mortos na II Guerra foram transladadas de Pistóia, na Itália, para o Brasil e, hoje, repousam em jazigos de mármore, colocados no subsolo do Monumento Nacional aos Mortos da II Guerra Mundial, idealizado pelo marechal João Baptista Mascarenhas de Moraes, comandante da FEB, e inaugurado em 24 de junho de 1960, no Parque do Flamengo.
Constitui uma das mais belas obras do Rio de Janeiro, onde se acha inscrita a seguinte homenagem: “Imolando-se pela Pátria, adquiriram uma glória imortal e tiveram soberbo mausoléu, não na sepultura em que repousam, mas na lembrança sempre viva de seus feitos. Os homens ilustres têm como túmulo a terra inteira”.
A situação dos ex-combatentes melhorou um pouco em 1964, quando o presidente João Goulart (cassado por um golpe militar em 31.03.1964) os encaixou em cargos públicos nos Correios e outras entidades, vindo muitos destes a se aposentar nestas condições.
Outra reclamação daqueles que serviram à Pátria é que só eram/são lembrados em datas festivas como aniversário da cidade ou 7 de setembro. E com o emblema de uma cobra fumando, estampada em suas fardas, simbolizando a Força Expedicionária, desfilam com orgulho, mesmo que aquilo seja apenas para vivenciar momentos.
Em Bragança
Vários são os ex-combatentes da II Guerra Mundial
O desfile de 7 de setembro de 2005 homenageou todos os ex-combatentes ainda vivos em Bragança, com um lugar de destaque no palanque de autoridades, junto aos representantes do poder público, do Exército brasileiro, de associações civis e de escolas.
No Instituto Santa Teresinha, em 13 de junho de 2008, coordenei uma atividade especial que era a Exposição sobre a II Guerra Mundial, com as turmas de 8ª Série A e B, em que falávamos do conflito com exposição de fotos, imagens, frases, vídeos e uma maquete com as táticas de guerra. Na oportunidade, homenageamos os Ex-combatentes de guerra ainda vivos. Nesse dia, somente o meu padrasto João Paes Ramos (1922-2010) compareceu e foi agraciado com esta honraria com uma medalha e um certificado que foram entregues pela Ir. Vilma de Araújo Pinheiro, diretora do IST, fez um pequeno discurso emocionado e recebeu um grande aplauso de todos os presentes. Esses/as alunos/as ainda entregaram na casa dos outros ex-combatentes que não puderam estar presentes pelo estado de saúde, as medalhas e os certificados, deixando-os muito felizes e agradecidos.

João Paes Ramos
vc poderia manda pra mim os mones de bragantinos q foram pra querra..ando procurando o mone de meu avo joao gones da silva ou joao borge da silva ...tenho essa duvida ele voltou da querra em 29 de nov.1945...poderia manda dados dele ....obrigado
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